Em um mercado que muda a cada atualização da CVM, em uma economia onde a confiança é o ativo mais volátil, resistir por uma década não é apenas uma vitória — é um marco. A ABAI completou 10 anos, e este não é apenas um número redondo. É a representação de um ciclo que vem transformando a vida de milhares de profissionais e investidores no Brasil.
Mas não queremos que este seja apenas um texto comemorativo. A verdade é que a história da ABAI está longe de ser finalizada. E é exatamente por isso que este conteúdo é mais sobre o futuro do que sobre o passado.
Do agente autônomo ao assessor de investimentos
Se voltarmos ao início, encontraremos um mercado ainda em formação. A figura do “agente autônomo de investimentos” carregava dúvidas, desconfiança e pouca clareza sobre seu papel. Ao longo dos anos, a ABAI trabalhou incansavelmente para mudar essa realidade — tanto por meio da educação do mercado quanto pela atuação junto aos órgãos reguladores.
O ponto de virada veio com a Lei nº 14.317/2022, que não apenas reduziu as taxas de fiscalização da CVM para os profissionais da área, como também formalizou a nova nomenclatura: “assessor de investimentos“. Uma mudança semântica que simboliza algo muito maior — a maturidade da profissão e o reconhecimento do seu impacto na vida dos investidores brasileiros.
De dentro para fora: o impacto da ABAI
Mais do que pautar debates em Brasília ou emitir notas técnicas, a ABAI se consolidou como um ponto de encontro da categoria. Um lugar de formação, proteção, articulação e pertencimento. Uma década de história serviu para construir pontes entre os profissionais e o sistema financeiro. Para formar vozes que hoje representam milhares de assessores em todos os estados do país.
Hoje, são mais de 20 mil profissionais atuando como assessores de investimentos no Brasil, de acordo com dados da própria CVM. A figura do assessor passou a ser reconhecida não apenas como distribuidor de produtos, mas como um verdadeiro agente de transformação na educação financeira do país.
E a ABAI esteve presente em cada uma dessas etapas: oferecendo cursos, desenvolvendo campanhas de valorização profissional, promovendo eventos e, principalmente, ouvindo a base da categoria — algo que parece simples, mas que poucos fazem.
O que vem pela frente?
Se a última década foi marcada pela consolidação da profissão, a próxima será sobre expansão inteligente, ética e representatividade.
Os desafios são claros:
- Acompanhar a sofisticação do investidor brasileiro, que hoje exige mais do que uma boa carteira — quer transparência, clareza e confiança.
- Garantir que os assessores tenham as ferramentas, formações e proteções necessárias para exercer seu papel com excelência.
- Atuar para que as regulações sigam promovendo concorrência saudável e acesso democrático ao mercado financeiro.
- Manter viva a luta pelo reconhecimento oficial da profissão — inclusive com a retomada do projeto que propõe o “Dia do Assessor de Investimentos”.
Além disso, com o avanço de plataformas digitais, produtos estruturados e investidores cada vez mais jovens entrando no mercado, o papel do assessor muda. De consultor, ele passa a ser também um educador. De vendedor, passa a ser um estrategista de patrimônio.
ABAI: o próximo capítulo começa agora
Este artigo não é um ponto final. É uma vírgula. Uma pausa para lembrar de onde viemos, respirar fundo e seguir com ainda mais energia.
A ABAI celebra seus 10 anos olhando para frente. Porque não é sobre o que já fizemos. É sobre o que ainda estamos construindo — juntos.
Aos assessores de investimentos que fazem parte dessa história, o nosso respeito. Aos que ainda não chegaram, o convite: este é o momento ideal para fazer parte do futuro que estamos escrevendo.